Colecionadora
pobre se vira como pode.
Como
fazer para ter uma coleção pomposa e vistosa se no Brasil não temos mil modelos
de alumínio como na Europa e no Oriente, e sem grana pra importar? Bom, a gente
cria nossa própria coleção.
Aprendi
a técnica com a designer de interiores Karla Amadori e já tinha me aventurado
em maior (relembre aqui). O fato é que tinta spray suja MUITO e me ataca a
tendinite, então jurei a mim mesma que nunca mais faria isso outra vez embora
tenha ficado muito frustrada que esqueci de fazer um desenho específico.
E o meu
nunca mais durou exatamente 6 meses. Entrei na loja de artesanato procurando
outra coisa aleatória em e deparei com o spray “ouro”. Pela tampa, imaginei que
pintaria a garrafinha e ela ficaria com cara de Oscar, mas de Coca-Cola – eu sempre
quis ter um troféu de Coca-Cola!
Mesmo
dura, meti o cartão de crédito e foda-se. Fui pra casa com o spray ouro.
Na
véspera comecei a planejar os desenhos e pintar as garrafas com uma base branca
– a mesma das garrafas de maio. Mas naquela noite me dei conta que não havia
mais quase nada na lata de tinta preta.
Não deu
outra, pulei da cama cedo num sábado frio e chuvoso (sim, já era novembro, eu
moro na serra gaúcha) e corri pra loja, onde não resisti e peguei um spray
rosinha também.
O fato
é que foi um desastre.
A tinta
ouro era basicamente igual à dourada que eu já tinha, um pouco mais brilhosa,
mas nem de longe se parecia com o que a tampa vendia (sim, to furiosa com isso
até agora) e não quis pegar de jeito nenhum nas garrafas.
O jeito
foi o mesmo truque que usei da outra vez nas garrafas pretas que também não
pegou: mistureba. E assim nasceram as garrafas ouro com vermelho e ouro com
branco.
Toda a
minha ideia de brincar com o dourado fosco e o outro mega ultra hiper espelhado
foi frustrada. Como eu já estava com todo um cenário montado na garagem, só
tinha algumas horas pra fazer – antes do meu pai chegar de carro e antes que
toda a luz do dia fosse embora – e estava batendo queixo de bermuda, camiseta e
pés descalços, eu precisei de um plano B urgente, e o rosa estava ali pra me
salvar.
Comecei
com uma misturebinha fashion entre rosa e preto.
Nesse
meio tempo, eu já tinha deixado duas garrafas com o rótulo coberto pra não pintar,
ia ser uma preta e uma ouro, mas né... a gente adapta.
Com direito à canudinho vermelho
Daí
parti pra ideia daquele desenho que não fiz da outra vez e me motivou a quebrar
minha promessa de nunca mais pintar com spray, e de novo, o que era pra ser
ouro espelhadão com dourado fosco, migrou pra rosa e preto.
Pra finalizar,
e a última grande surra, decorei duas garrafas com a base rosa, uma com
corações e outra com tiras. Duas horas cortando corações com tesourinha de
unhas e acho que rompi um nervo do dedão (to falando sério, tá com sensação de
anestesia há 4 dias). Na hora de pintar, o problema: o preto não pegava sobre o
rosa – o mesmo problema que me levou a fazer misturebas de cores, mas dessa vez
isso não era uma opção. Insisti, foram camadas e mais camadas de preto, tinta
preta pingando loucamente, mas venci.
Venci
em termos, as tiras não ficaram perfeitas e a fita que colei arrancou a camada
brilhosa da tinta rosa, deixando as tiras e os corações ásperos e num rosa
opaco, mas de longe nem dá pra notar, então tá valendo. Só realmente eu não
poderia viver de artesanato!
Enfim,
tudo o que restou do spray será doado para as aulas de artes de uma escola
carente da cidade. E essas são minhas últimas peças de garrafas feitas em casa!
Se você
já brincou com garrafas de Coca-Cola, manda pelo inbox da página do face!
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